IPCA tem deflação de 0,11%, a mais intensa desde 2022; em 12 meses, índice acumula 5,13%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, fechou agosto em -0,11%, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo IBGE. O resultado representa deflação — quando os preços ficam mais baratos em média — e é a mais intensa desde setembro de 2022 (-0,29%).
No acumulado de 12 meses, a inflação está em 5,13%, abaixo dos 5,23% registrados até julho, mas ainda acima da meta do governo, que tem teto de 4,5%.
O que puxou a queda
A conta de luz foi o principal fator de alívio, com redução de 4,21% em agosto, resultado do chamado Bônus de Itaipu, que beneficiou mais de 80 milhões de consumidores. O recuo impactou diretamente o grupo habitação (-0,90%), a maior queda para um mês de agosto desde o início do Plano Real, em 1994.
Os preços de alimentação e bebidas também recuaram pelo terceiro mês seguido (-0,46%), influenciados pela maior oferta de produtos como tomate, manga, arroz, café, mamão, batata e cebola. Já o grupo transportes caiu 0,27%, puxado pelas passagens aéreas (-2,44%) e combustíveis, com destaque para a gasolina (-0,94%).
Segundo o IBGE, habitação, alimentação e transportes somados reduziram o índice em -0,30 ponto percentual.
Grupos que subiram
Alguns setores tiveram alta no mês: educação (0,75%), puxada por mensalidades do ensino superior, vestuário (0,72%), saúde e cuidados pessoais (0,54%) e despesas pessoais (0,40%).
Próximos meses
De acordo com Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IBGE, o efeito do bônus na conta de luz não deve se repetir em setembro. “No mês que vem terá variação mais alta”, adiantou.
Meta de inflação
O IPCA é usado pelo Banco Central para acompanhar a política de metas de inflação, que atualmente é de 3%, podendo variar entre 1,5% e 4,5%. O índice considera o custo de vida de famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos, em diferentes regiões metropolitanas do país.